O México é um país interessante, com similaridades com o Brasil. A Cidade do México é uma grande capital, com aproximadamente 8.8 milhões de habitantes, transito complicado, ar poluído, com ótimas oportunidades de trabalho, cultura latina. Lembrou de alguma cidade brasileira?
Porém, existem muitas diferenças também. A influência da civilização pré-colombiana é muito forte. Os Mariachis são um show a parte (vale a pena uma passada na praça Garibaldi se estiver em México DC), a tequila, nachos e tacos nada parecidos com o que já experimentamos por aqui.
Neste post, vamos focar em sugerir um roteiro para quem está interessado em conhecer seus sítios e cidades arqueológicas. Em um roteiro que inicia na Cidade do México e vai até Cancun, é possível se beneficiar da logístisca e conhecer o melhor das civilizações Maias, Astecas, Toltecas e várias outras.
Resumo
Línguas: | Espanhol |
Fuso Horário: | 3hrs atrás do horário de Brasília |
Moeda: | Peso Mexicano (Conversão câmbio oficial 1U$ x 15MXN) O câmbio é muito volátil, vale a pena confirmar antes da viagem. |
Visto: | Não é necessário (mas o passaporte sim) |
Saúde: | Vacina de Febre amarela |
Média de Hospedagem: | U$30,00/dia (hostels) |
Média de Alimentação: | U$35/ dia |
Taxas em Sítios Arqueológicos | Depende do sítio, mas em torno de 200MXN |
Quantidade de dias recomendados: | 15 a 20 dias |
México DC
Não vou me aprofundar na variedade de atividades que pode-se fazer nesta cidade, mas aconselho aproveitar para conhecer a praça dos Mariachis, a Basílica de Guadalupe, o Palácio Nacional e suas pinturas sobre a história da conquista e colonização do país e os diversos museus espalhados pela cidade.
Voltando ao nosso foco, sua primeira parada deve ser no museu nacional de antropologia. Lá você irá se preparar muito bem para o que está por vir. Em salas organizadas por diferentes civilizações e regiões, é possível entender muito bem como foi a evolução de cada tribo, qual deu origem a qual, guerras por territórios e dominância em determinado período. Além disso, a pergunta que costumamos fazer: Como uma civilização tão evoluída politicamente e tecnologicamente sumiu, é razoavelmente respondida. Isso porque trata-se de teorias, mas que são bem aceitáveis. Apesar de algumas facções arqueológicas acreditarem na influência extra-terrestre nestas civilizações, neste museu é explicado através de curtas metragem, painéis e quadros, como foi possível a construção de grandes templos, sem máquinas para ajudá-los.
Outra parada obrigatória é o Templo Mayor, fica bem no centro da cidade, ao lado da catedral e do palácio nacional. É possível alugar um audioguia, que vai tornar sua experiência muito mais enriquecedora. É possível visualizar muito bem as diversas camadas do templo que ali existia. Cada novo imperador construía um templo maior em cima do anterior, para reforçar seu poder e dominância sobre quem foi dominado ou simplesmente substituído.
Outro fato interessante, é que é possível ver o tamanho descomunal da catedral central. Com a conquista espanhola, as pedras que sustentavam este templo foram utilizadas para a construção desta igreja, de maior tamanho que o templo, como uma forma de dizer que o Deus católico é maior que as divindades Astecas.
Curiosidade: Sabiam que a cidade Asteca, onde atualmente está a Cidade do México, era construído sob um grande lago, e chegou a ser relatada como Veneza Americana pelos primeiros espanhóis a conhecerem-na. Atualmente este lago não existe mais, e algumas construções, como a Basílica de Guadalupe, sofrem com o terreno arenoso e chegam até a terem uma inclinação em sua estrutura.
Teotihuacán
É um complexo de pirâmides maravilhosas a apenas 50km da Cidade do México. Para chegar lá, é possível pegar um ônibus no Terminal Norte da Cidade do México até San Juan Teotihuacán. Normalmente o horário é das 7 às 18, mas é sempre bom confirmar antes. Porém, a forma mais fácil e prática é fechar um passeio na própria pousada, hostel ou hotel em que ficar hospedado ou em uma das milhares de agências da cidade.
Aconselho a reservar pelo menos 2 horas para explorar todo o complexo. O ponto alto do passeio são as piramides do Sol e da Lua, porém, pinturas rupestres, tuneis e pequenas construções não devem ser esquecidas neste passeio
Aqui foi a maior cidade do México antigo e, provavelmente, capital do maior império pré-hispânico do México. Seu auge foi entre os anos de 0 a 700 dC.
Monte Albán (Oaxaca)
Centro cerimonial no alto de uma colina, foi povoada pela civilização Zapoteca, entre os anos de 500aC até 900dC.
Para explorar este local, é necessário se deslocar até a cidade de Oaxaca. Para isso, pegue um ônibus na Cidade do México (TAPO). O tempo de viagem é em torno de 6hrs e meia.
Como uma vista espetacular de 360º, este sítio está a poucos quilômetros da cidade. Na entrada do parque, é possível contratar guias credenciados.
A “Gran Plaza” fica ao centro do complexo e tem em torno de 300m de comprimento por 200m de largura. Algumas das estruturas foram templos, outros residencias da elite. A cidade conta também com algumas tumbas e com o campo de “Juego de Pelota”.
Explore também toda a plataforma norte e sul, e ao final, é possível visitar um museu de boa qualidade.
Palenque (Chiapas)
O sítio de Palenque é surpreendente. Cravado em uma densa floresta, é impressionante a primeira visão que temos sobre a cidade. O contraste entre os templos e a vegetação dá uma visão privilegiada e única entre tantos outros complexos no México.
Para visitar este sítio, o primeiro desafio é chegar na cidade de Palenque. A viagem de ônibus pode durar até 14hrs vinda de Oaxaca. Porém, é possível fazer a viagem noturna em ônibus confortáveis. A estrada é razoável e é possível ter uma noite de sono aceitável durante a viagem.
Chegar na cidade pode ser demorado, mas recompensador. É possível pegar uma Van até o complexo. Próximo a entrada, é possível ver o cartão postal de Palenque, uma piramide chamada Templo das Inscrições, que abriga até hoje um dos imperadores desta civilização. Não é possível entrar nela, mas é possível visitar a tumba da rainha vermelha, que abrigou uma das mulheres do imperador.
O palácio, ou “El Palacio”, era a moradia do imperador, sua rainha e filhos, além do alto escalão da tribo. É possível ver as camas rusticas e o alinhamento entre as janelas, o que propiciava uma ótima ventilação, mantendo a temperatura agradável do local.
A maior parte das piramides não podem ser escaladas, mas algumas delas estão liberadas. A subida normalmente é cansativa e ligeiramente vertiginosa, mas a vista é fantástica lá de cima, podendo avistar o complexo de um angulo superior.
Uxmal (Peninsula de Yucatán)
A viagem de Palenque até Mérida, cidade base para visitar Uxmal, dura em torno de 9 horas. A viação principal é a ADO. O maior problema no meu caso foi que eles estavam de greve. Foi ai que a aventura começou, peguei um ônibus alternativo até Escarcega e de lá, pegaria um ônibus até Mérida. Foi uma aventura, mais isso conto em outra oportunidade.
Uxmal é um sítio Maia, que teve seu auge entre os anos de 600dC até 900dC. Apesar de bem interessante, digo que é um aquecimento para Chicén Itzá.
A Gran Piramide é bela, com 32 metros de altura, foi plenamente restaurada apenas em sua face norte. Explore também a “Casa del Adivino”, “Cuadrangulo de las Monjas”, “Casa de las Tortugas” e “Palacio del Gobernador”. Também é possível visitar o campo de “Juego de Pelota”.
Apesar do centro politico e religioso da cidade ter sido restaurado, os arredores desta cidade era constituído de casas dormitório e tinha vilas residenciais. Este sítio não é tão grande, então, aproveite para explorar cada detalhe.
Aproveite a cidade de Mérida, que é encantadora. O centro costuma ter danças regionais e festas culturais. Ótimos restaurantes margeiam a praça principal. Uma típica cidade colonial que abriga muito bem seus visitantes. Vale a pena gastar um dia explorando-a.
Chichén Itzá (Peninsula de Yucatán)
Cidade Maia/Tolteca mais bem restaurada. Uma das 7 novas maravilhas do mundo. Posso arriscar a dizer que é o ponto alto da viagem.
Chegar de Mérida é super simples. É possível ir de ônibus até Valladolid, deixar as malas em um hostel e voltar ao Chichén, já que o sítio fica entre as duas cidades. A viagem é de apenas 2h30. Claro que é possível ir direto de Mérida, mas precisaria carregar as mochilas durante o passeio. Se optar por Valladolid, uma van te deixa na entrada do sítio em apenas 40min.
A cidade tem uma história interessante, pois parte foi construída por Toltecas e parte pelos Maias. É possível diferenciar a arquitetura destes momentos distintos. A riqueza cultural deste complexo torna quase que obrigatória sua visitação com o acompanhamento de um guia, de preferencial, ou minimamente com um audioguia.
Na parte velha da cidade é possível visitar o Observatório (El Caracol) e o banho a vapor. Na época da construção desta parte da cidade, os Maias eram um povo pacifico, basicamente constituído por matemáticos, filósofos, astrônomos e engenheiros.
Porém, a cereja do bolo estava na parte nova da cidade. Construída em um período macabro, era muito comum muitos sacrifícios de animais e humanos. É comum os nativos citarem rios de sangue neste período. Em constantes conflitos e sob tragédias naturais, os Maias realizavam oferendas (ou sacríficos) em troca de piedade divina.
“El Castillo” é uma perfeita pirâmide datada de 800dC e tem 25 metros de altura. Foi construída sobre a estrutura de outra piramide menor e mais antiga. Suas bordas recortadas formam o notável calendário Maia. Através de níveis, eles dividiram os 18-20 meses, num total de 365 degraus ou dias do ano. Em cada vértice da piramide é possível ver 52 painéis que lembram os 52 anos do calendário Maia.
Nos equinócios de primavera e outono, a sombra do sol projeta no chão uma sombra que lembra o formato de um dragão.
Difícil entender a precisão com que eles compreendiam a distribuição de tempo, estações do ano. Tinham controle de quando deveriam iniciar as plantações e melhor época de colheita. Mapearam os céus com uma precisão fantástica considerando suas ferramentas e equipamentos rústicos.
Ao bater palmas em frente ao “El Castillo”, seu som é refletido pela “janela” ao topo da pirâmide. O som se assemelha a um piado de pássaros.
O “Gran Juego de Pelota” chega a ser 7 vezes maior do encontrado em outros sítios, digno de copa do mundo. Inscrições em suas paredes sugerem que os perdedores das partidas eram sacrificados.
A cidade é enorme com diversos outros atrativos e estruturas. Você vai gastar pelo menos 3 horas, então, lembre-se se de proteger do sol com muito protetor solar, roupas leves e bonés/chapéus.
Se sobrar um tempinho em Valladolid, alugue uma bike e vá visitar os cenotes Dzitnup e Samulá. São apenas 20-30 minutos pedalando.
Dica: Se não for fazer esta “viagem aventura” toda, mas estiver curtindo a praia em Cancún, tire um dia para visitar Chichén. A viagem dura em torno de 2h30, mas é extremamente recompensador.
Tulum (Peninsula de Yucatán)
Última parada nesta nossa aventura é Tulum. Lar do que poderia ser a casa de verão Maia, uma paisagem surreal, com o contraste de lindos templos com o mar do caribe Mexicano e seu azul característico.
Ir de Valladolid até a cidade de Tulum é simples e fácil, apenas 2 horas de ônibus, que saem com grande frequência durante o dia.
Em uma pequena colina, no meio das areias brancas do litoral está abrigado este lindo sítio arquelógico. Também tem em seu lugar de destaque uma piramide chamada “El Castillo”. Andando a oeste do sítio é possível registrar uma bela foto desta estrutura. Outro ponto muito interessante de visita é o templo das pinturas, que tem painéis muito bem preservados. Este monumento foi provavelmente o último construído antes da chegada e conquista dos espanhóis.
Com tanto calor, difícil é não querer descer uma escadaria ao lado do “El Castllo” e se jogar no mar.
A viagem a Cancun é de apenas 2 horas. Vale a pena dar uma parada no meio do caminho em Cozumel. Depois de toda esta viagem cultural, aproveitar um pouquinho deste marzão caribenho, é mais que merecido.
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Vai seguir este roteiro, não esqueça que estamos juntos na viagem! Mandem-nos suas dúvidas.
Abraços e até o próximo post.